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terça-feira, 8 de julho de 2014

O resultado do jogo e as eleições


Há de se considerar que, o resultado desastroso, humilhante e vergonhoso e até mesmo patético da seleção brasileira perante à Alemanha irá influir de alguma maneira na campanha eleitoral, principalmente a nível presidencial e para governador, refletindo e respingando nos candidatos aos cargos das Assembleias estaduais e à Câmara federal.
A presidente Dilma e seus aliados com certeza terão que enfrentar uma avalanche de acusações e críticas decorrentes da infra estrutura para esta Copa de Mundo, mesmo que infundadas e inventadas, pois o clima negativo pairando no ar por causa da derrota de 7 a 1, inspira ainda mais os derrotistas que até mesmo antes da competição, de 4 anos para cá estão anunciando este fracasso e “agourando” a nossa seleção para um vexame deste.
São os famosos torcedores do “jacaré” que mesmo sabendo de fatos positivos insistem em “plantar” notícias negativas e falsas, sem que haja crítica construtiva e saudável, já desde o anúncio desta Copa para o nosso país.
Todos que anunciaram a falta de competência na construção dos estádios, na falta de mobilidade urbana, na falta de vagas para hotéis, restaurantes e até mesmo falta de ingressos, viram os excessos de críticas e se recolheram, para ver a seleção passar. Não é preciso ser um expert ou fazer um diagnóstico das obras, é só ver o que a imprensa está noticiando. Se estivesse dando tudo errado, seríamos manchetes todos os dias. Agora com a derrota, todas aquelas notícias irão ser manchetes.
Infelizmente, uma derrota da seleção e de modo vexatório é motivo para se iniciar uma campanha negativa de maneira inconsequente e injusta contra os atos do governo, e fazer voltar à tona via imprensa e horário eleitoral, toda a “indústria” do pessimismo gerado pré Copa. Vai ser um gancho e tanto para os adversários políticos do governo e aliados, que terão pauta para a campanha inteira, ao invés de exporem seus planos de trabalho.
Se a nossa Seleção tivesse ganhado, sem dúvida não haveria ambiente propício para ataques políticos e nem haveria por antecipação o desgaste político de candidatos ligados ao governo federal e mesmo adiante, ganhando o título, os argumentos se perderiam na grandiosidade da festa.
Da derrota da seleção fica uma lição: todo empreendimento e projeto tem que ter planejamento e organização, o que sobrou no time alemão, onde se preparam há 6 anos, com praticamente o mesmo grupo, e nós? Quantas vezes trocamos de técnico e de jogadores durante estes últimos 4 anos?
Protestar e extravasar quebrando e queimando tudo por causa da derrota do time do nosso país, não leva a lugar nenhum, só mostra o lado “incultural”, inconformista e derrotista do nosso povo. Temos o time que merecemos, porque somos cúmplices de todo esse processo de formação da seleção e sempre ficamos alheios às mudanças.
Resta ao governo Dilma e seus aliados, reforçarem suas “baterias antiaéreas” contra os ataques que virão por aí, por conta deste clima de derrota que se abateu pós jogo do Brasil.
Infelizmente os adversários usarão esta derrota como “ponte” para seus discursos, em vez apresentarem planos de governo e soluções para a melhor qualidade de vida do eleitor.
Em 1994, a conquista do tetra foi determinante para um discurso vitorioso do candidato e presente Fernando Henrique Cardoso, mas em 2002 foi a vez do Lula se aproveitar da conquista do penta, pois o povo clamava por mudanças.

Agora em 2014, uma derrota pode influir no voto, o que não deveria acontecer, pois um jogo não tem nada a ver com o planos de campanha. 
O humor do eleitor está à flor da pele, então como estrategista, aconselho a não falar de política, pelo menos até agosto. 

Renato Cury - Jornalista / Assessor de Imprensa

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