Há de se considerar que, o
resultado desastroso, humilhante e vergonhoso e até mesmo patético da seleção
brasileira perante à Alemanha irá influir de alguma maneira na campanha
eleitoral, principalmente a nível presidencial e para governador, refletindo e
respingando nos candidatos aos cargos das Assembleias estaduais e à Câmara
federal.
A presidente Dilma e seus aliados
com certeza terão que enfrentar uma avalanche de acusações e críticas
decorrentes da infra estrutura para esta Copa de Mundo, mesmo que infundadas e
inventadas, pois o clima negativo pairando no ar por causa da derrota de 7 a 1,
inspira ainda mais os derrotistas que até mesmo antes da competição, de 4 anos
para cá estão anunciando este fracasso e “agourando” a nossa seleção para um
vexame deste.
São os famosos torcedores do “jacaré”
que mesmo sabendo de fatos positivos insistem em “plantar” notícias negativas e
falsas, sem que haja crítica construtiva e saudável, já desde o anúncio desta
Copa para o nosso país.
Todos que anunciaram a falta de
competência na construção dos estádios, na falta de mobilidade urbana, na falta
de vagas para hotéis, restaurantes e até mesmo falta de ingressos, viram os
excessos de críticas e se recolheram, para ver a seleção passar. Não é preciso
ser um expert ou fazer um diagnóstico das obras, é só ver o que a imprensa está
noticiando. Se estivesse dando tudo errado, seríamos manchetes todos os dias.
Agora com a derrota, todas aquelas notícias irão ser manchetes.
Infelizmente, uma derrota da
seleção e de modo vexatório é motivo para se iniciar uma campanha negativa de
maneira inconsequente e injusta contra os atos do governo, e fazer voltar à
tona via imprensa e horário eleitoral, toda a “indústria” do pessimismo gerado
pré Copa. Vai ser um gancho e tanto para os adversários políticos do governo e
aliados, que terão pauta para a campanha inteira, ao invés de exporem seus
planos de trabalho.
Se a nossa Seleção tivesse
ganhado, sem dúvida não haveria ambiente propício para ataques políticos e nem
haveria por antecipação o desgaste político de candidatos ligados ao governo
federal e mesmo adiante, ganhando o título, os argumentos se perderiam na
grandiosidade da festa.
Da derrota da seleção fica uma
lição: todo empreendimento e projeto tem que ter planejamento e organização, o que
sobrou no time alemão, onde se preparam há 6 anos, com praticamente o mesmo
grupo, e nós? Quantas vezes trocamos de técnico e de jogadores durante estes
últimos 4 anos?
Protestar e extravasar quebrando
e queimando tudo por causa da derrota do time do nosso país, não leva a lugar
nenhum, só mostra o lado “incultural”, inconformista e derrotista do nosso
povo. Temos o time que merecemos, porque somos cúmplices de todo esse processo
de formação da seleção e sempre ficamos alheios às mudanças.
Resta ao governo Dilma e seus
aliados, reforçarem suas “baterias antiaéreas” contra os ataques que virão por
aí, por conta deste clima de derrota que se abateu pós jogo do Brasil.
Infelizmente os adversários usarão
esta derrota como “ponte” para seus discursos, em vez apresentarem planos de
governo e soluções para a melhor qualidade de vida do eleitor.
Em 1994, a conquista do tetra foi
determinante para um discurso vitorioso do candidato e presente Fernando
Henrique Cardoso, mas em 2002 foi a vez do Lula se aproveitar da conquista do
penta, pois o povo clamava por mudanças.
Agora em 2014, uma derrota pode
influir no voto, o que não deveria acontecer, pois um jogo não tem nada a ver
com o planos de campanha.
O humor do eleitor está à flor da pele, então como
estrategista, aconselho a não falar de política, pelo menos até agosto.
Renato Cury - Jornalista / Assessor de Imprensa

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