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domingo, 12 de janeiro de 2014
Crime organizado
Expressou-se o poeta Fernando Pessoa sobre as questões sociais de sua época: causa-efeito: “Uma causa Infinita necessariamente produzirá um efeito infinito. Como o efeito, porém, se opõe à causa, será infinito de outra maneira. O nosso universo, porém, é-nos dado como finito e temporal, pois, se o víssemos infinito e eterno, não o poderíamos ver”.
Assim, ainda que se busque uma visão mais incisiva e realista da Segurança Pública brasileira, não há como ter uma visão prospectiva de sucesso no alcance de metas e objetivos sem analisar as causas. As demandas das polícias brasileiras, em termos de repressão, caracterizam-se, na identificação e prisão de cidadãos infratores, à vista das superlotações dos presídios brasileiros. Em que pese todas as prisões constatadas, não têm sido suficientes para resguardar a segurança da sociedade brasileira.
Algumas visões de causa-efeito são claras para nós brasileiros. A história brasileira registra de forma acentuada a concepção de uma modalidade de crime que cresce (Crime organizado), com fortíssimo impacto sobre a estrutura política e presença ainda muito forte nas relações entre os cidadãos. As relações políticas não estão tendo a visão focada na diminuição da criminalidade e vez por outra acontece o que se espera: (aumento da criminalidade e demonstração de poder do crime organizado). Ações e causas não nascem “do nada”, nem por momentos simples característicos por demandas.
A amostra da perda de autonomia do Estado no combate ao crime organizado e a ineficiência dentro do presídio mais recente verificado: é o do maior complexo penitenciário do Estado do Maranhão/MA, (Pedrinhas), em São Luís, além dos fatores alarmantes de inúmeras mortes de presos no interior da prisão, estupros de familiares de presos em horário de visitação, inclusive, muitos em comum acordo para salvaguardar a segurança de presos, eles mandam e desmandam. O crime organizado lá continua a revelar-se por sua força, ou melhor, pela falta de organização do poder estatal em colocar ordem e cumprir com suas obrigações.
Essas ações ineficientes se igualam à dos marginais e as prisões brasileiras, muitas delas, ao invés de progredir no seu foco maior que é o da ressocialização dos reclusos, funcionam mais como aprendizado para graduação do crime, permitindo que os presos, quando colocados em liberdade, após o cumprimento de suas penas, retornem à sociedade sem condições de conviverem junto à sociedade e, com isso, reflete diretamente na insegurança como tônica que hoje compartilhamos uns com os outros.
Querem combater a criminalidade e a violência, mas não dão condições para que os presos de hoje retornem ao convívio social amanhã de forma civilizada. Nossa justiça é lenta e insuficiente, renegada a uma política desqualificada para dar respostas à sociedade. Que política de segurança é essa? Até quando irão enxugar gelo ou continuar na ineficiência com entra e sai de presos sem socializá-los? Assistimos cotidianamente cidadãos infratores sendo presos, com fichas quilométricas, com incontáveis prisões e que nada de bom ou útil aprenderam na cadeia e continuam a engrossar as estatísticas criminais. Deve-se considerar que as consequências destes prejuízos, continuarão a refletir na sensação de insegurança da sociedade e colocarão por terra todo o bom trabalho da PM onde as críticas centralizam injustamente.
Diógenes Pereira da Silva
diógenespsilva2006@hotmail.com
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