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terça-feira, 29 de janeiro de 2013
Para falar de sexo com os filhos adolescentes
Mãe encontra camisinha no armário da filha e pede conselhos para a sexóloga Fátima Protti
“Encontrei um pacote de camisinhas no fundo do armário da minha filha adolescente. Não sei se ela tem vida sexual ativa e, se tiver, penso se anda tomando todas as precauções necessárias. Fiquei preocupada com o assunto e não sei como abordá-lo. O que devo fazer?”
Em geral, para os pais a vida sexual na adolescência é sempre motivo de preocupação - e acabam levando um susto ao saber que os filhos transaram.
A dificuldade para falar sobre o assunto ainda é grande. Pensamos o sexo a partir de nossos próprios preconceitos e proibições, e assim passamos essa ideia para as futuras gerações.
Para alguns pais, falar com os filhos sobre sexualidade é aguçar o desejo e incentivar o sexo em idade precoce. Alguns proíbem a participação nas aulas de orientação sexual como tentativa de retardar o início da prática. Mas hoje a garotada começa por volta dos 14 anos, e outros ainda antes, aos 12 anos.
O desejo sexual é natural e um dia irá desabrochar – hormonalmente e psicologicamente. Mais cedo ou mais tarde, nossos filhos viverão experiências sexuais; não serão os nossos bebês para sempre.
As conversas ajudam o jovem a conhecer sua natureza, cuidar do corpo, preservar seu futuro, se proteger contra abusos, fazer suas escolhas e pensar no sexo sem tabus ou preconceitos.
Fui procurada por um pai que flagrou a filha de 15 anos se masturbando. Brigou com ela e me pediu a indicação de um tratamento. De imediato retruquei: “para você, é claro”.
Nossa educação sexual reflete diretamente na educação e orientação de nossos filhos. Por isso, precisamos conhecer nossas próprias dificuldades, medos e culpas. Só assim conseguiremos interagir adequadamente, transmitir segurança e apoio nesse momento tão delicado, onde tudo é novidade.
Muitos pais evitam o assunto com medo da reação do adolescente, que por vezes os deixam falando sozinhos ou cortam o papo no início. Essa é uma atitude defensiva com medo do julgamento, da proibição ou da dificuldade para escutá-la.
Cara leitora, sua filha mostra sinais de responsabilidade e cuidados com sua saúde sexual. Pare de pensar e parta para a ação.
Levá-la à ginecologista é necessário e pode ajudar com a abordagem da prevenção e cuidados. Mandar artigos retirados da internet ou assistir com ela programas na TV voltados para a sexualidade pode ser o gancho para iniciar um papo legal.
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