Campinas confirma caso de sarampo após 12 anos sem registros Homem de 41 anos se infectou fora do país; ele não tinha se vacinado.
A Secretaria de Saúde de Campinas, a 95 km de São Paulo, confirmou nesta quinta-feira (10) um caso de sarampo em um morador do município. Com isso, São Paulo se torna o quarto Estado a registrar a doença desde que ela voltou ao país, em agosto do ano passado.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil não registra transmissão direta de sarampo desde 2000. Nesse período, no entanto, ocorreram casos de pacientes que pegaram a doença em outros países ou em contato com pessoas infectadas fora do Brasil - são os chamados casos importados.
Todas as infecções registradas desde o ano passado foram classificadas como "importadas". Elas ocorreram nos Estados do Rio Grande do Sul (ao menos sete casos), Pará (ao menos três casos) e Paraíba, onde a situação é mais grave, com pelo menos 47 confirmações.
O caso de Campinas também é importado. O paciente é um homem adulto que ficou doente depois de viajar com a família para fora do país. O paciente, de 41 anos, não havia sido vacinado.
O sarampo é uma doença contagiosa que se propaga no ar por meio de secreções expelidas pelo doente ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Os primeiros sintomas são: febre, tosse, catarro, conjuntivite e fotofobia (intolerância à luz). Depois, aparecem falta de energia e abatimento extremo, além de manchas avermelhadas na pele.
A vacina é a medida mais eficaz de prevenção. A dose é recomendada a partir de um ano de idade e está disponível nos postos de saúde.
De acordo com a Secretaria de Saúde de Campinas, o último caso confirmado da doença na cidade ocorreu há 12 anos, em 1999.
A presença de casos importados é esperada pelas autoridades, mesmo após a eliminação do vírus no Brasil, devido ao grande fluxo de pessoas que viajam para outros lugares onde a doença ainda existe, como alguns países da Europa, Ásia e África.
Segundo análise genética, realizada pelo laboratório da Fiocruz, no Rio de Janeiro, o vírus que acometeu o morador de Campinas é similar aos dos surtos registrados em países da Europa, como Inglaterra, França, Itália e Holanda.
O caso foi detectado pela Vigilância em Saúde de Campinas assim que o paciente chegou do exterior, já que ele apresentou os primeiros sintomas na viagem de volta.
Segundo a secretaria de saúde do município, após a notificação, todas as medidas de controle foram adotadas, como a busca ativa e vacinação dos passageiros do mesmo voo e translado, além dos familiares. Até o momento, não foram detectados outros casos entre esses grupos, o que indica que a ocorrência trata de um caso isolado.
Segundo a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Campinas, outras medidas de controle e prevenção estão em andamento, como busca ativa nos laboratórios dos casos suspeitos das doenças que apresentam sintomas semelhantes aos do sarampo.
Além disso, estão sendo realizadas novas testagens para sarampo, das amostras de suspeitos de dengue com resultado negativo; busca ativa e vacinação dos moradores do prédio onde reside o caso confirmado; e busca ativa em prontos atendimentos de alguns hospitais, selecionados através de registro de prontuários.
Viajantes
A recomendação das autoridades de saúde aos profissionais da área de turismo e residentes no Brasil que viajam para países fora das Américas é que procurem um centro de saúde pelo menos quinze dias antes da viagem, para serem vacinados.
Grande parte da população nascida desde o final de década de 80 foi vacinada, mas quem tem mais de 20 anos pode não ter recebido pelo menos uma dose da vacina e, assim, pode estar sujeito à infecção. Por isso é importante que, além dos viajantes que vão para outros países, todos os profissionais dos aeroportos, desde os aeroviários e taxistas até quem trabalha dentro das lojas ou das lanchonetes, tomem a vacina, caso não comprovem vacinação prévia contra o sarampo.
Essa mesma orientação também vale para turistas, agentes de viagem, guias turísticos, funcionários de hotéis e profissionais do sexo.
A vacina contra o sarampo é contraindicada para grávidas, pessoas com baixo sistema imunológico - como portadores do vírus da Aids -, além de pessoas com história de reação grave a dose anterior ou a algum de seus componentes.
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